quinta-feira, 21 de abril de 2011

UE começa a falhar pela falta de solidariedade


"A Europa está a fazer uma política que é o contrário da solidariedade europeia». O alerta foi deixado, ontem, pelo presidente do Governo Regional da Madeira, Alberto João Jardim, que presidiu à sessão de abertura da conferência internacional sobre “O Desafio Demográfico: Tempo para novos modelos de conciliação do trabalho e da vida familiar”, que decorre até domingo, no Hotel Four Views Baía, e é organizada pelo Centro Internacional de Formação dos Trabalhadores da Indústria e Energia (CIFOTIE), com o apoio do Centro Europeu para os Assuntos dos Trabalhadores (EZA) e do Governo Regional.
Perante uma plateia com representantes europeus, Jardim falou sobre uma Europa que está a sofrer as consequências do liberalismo. Realçando que foi o pós-modernismo que lançou a Europa nesta crise, a criação da moeda única, «que deveria ser para ter uma maior solidariedade e solidez de comportamento comum em defesa da nossa economia, acabou por não funcionar». Neste sentido, Jardim teme que a Europa «comece a falhar, com todos os valores que felizmente ainda tem, por causa de, a tempo, não se ter tratado da solidariedade forte e efectiva entre os europeus».
Para o líder do Governo Regional, «esta é uma situação grave, porque se a estrutura familiar já estava abalada pela insensatez, demagogia, pela falta de princípios e pela vertigem pós-modernista dos políticos europeus, esta crise vai afectar a estrutura familiar e o emprego». Assim sendo, «ou as grandes instituições que fizeram a Europa voltam a pôr os seus pontos de vista ou vamos andar à mercê de políticos que hoje são de uma grande mediocridade».
Aproveitando a presença de representantes da comissão europeia, o líder do Executivo madeirense agradeceu o apoio europeu no desenvolvimento da Madeira.
Na abertura dos trabalhos da conferência internacional, o presidente da CIFOTIE, António Matos Cristovão destacou a presença de Jardim na conferência. Aquele responsável considera o líder madeirense a «alavanca do desenvolvimento da Região» e que merecia ter sido primeiro-ministro ou Presidente da República. O reconhecimento do trabalho de Alberto João Jardim foi também reconhecido pelo presidente da EZA, Raf Chanterie, que já foi deputado europeu. Raf Chanterie considera que Jardim deve ser um exemplo para a Europa, já que conseguiu ultrapassar o 20 de Fevereiro através do muito trabalho.
No final, o reverendo José Fiel Sousa, em representação do Bispo D. António Carrilho, destacou a importância da discussão da família e trabalho, neste tempo de crise.
Clima de grande estabilidade laboral
Na conferência internacional sobre a conciliação do trabalho e da vida familiar, o presidente do Governo Regional falou sobre os factores de desenvolvimento na Região e também da concertação social. Além da ajuda europeia, o seguir a doutrina social da igreja católica, permitiu, segundo Jardim, que a Região tenha «um clima de grande estabilidade laboral». As greves que existiram na Madeira foram reflexo de conflitos nacionais, adiantou o líder do Executivo madeirense.
Aos participantes da conferência explicou que a Madeira pratica o princípio da concertação a três nas negociações sociais: patrões, operários e o Governo Regional, que consta na lei geral laboral portuguesa como uma especificidade. Ao contrário, Portugal enveredou pelo sistema em que o Estado afasta-se das negociações laborais, preferindo fazer um Conselho de Concertação Social, «entregando a vida social ao conflito».
Além disso, a concertação na Região é feita por sector, porque cada um tem as suas especificidades, e não de uma forma global, como é feito no continente. Por isso, Jardim, garante que não tem razões «para abandonar este tipo de concertação».
Deixar de ser escravos do dinheiro
À margem da iniciativa, o presidente da CIFOTIE, António Matos Cristovão, disse que a conferência internacional tem o objectivo de reflectir sobre as soluções para contornar a crise. «Não foram os trabalhadores que contribuíram para a situação que a Europa se encontra», refere. «O que nos interessa é soluções, como vamos aumentar a produtividade e é com isso que os trabalhadores têm de estar preocupados». Contudo, adverte, que «não podemos ser escravos do dinheiro e do capitalismo selvagem que já provou que levou à situação actual». Desta forma, é fundamental conciliar a vida laboral, com a familiar.
Jardim distinguido pela EZA
O presidente do Governo Regional, Alberto João Jardim, foi, ontem, distinguido pelo Centro Europeu para os Assuntos dos Trabalhadores (EZA) com o Mérito Europeu 2011. Do CIFOTIE recebeu uma peça de cerâmica Bordalo Pinheiro, inspirada na Rainha D. Leonor.
Conclusões da conferência apresentadas domingo
Participam, até domingo, cerca de 90 pessoas na conferência internacional sobre a conciliação laboral e a vida familiar, organizada pela CIFOTIE e EZA com o apoio do Governo Regional. Estão presentes professores universitários, empresários, sindicalistas, representantes da comissão europeia que vieram da Lituânia, Estónia, Dinamarca, Espanha, França, Itália, Luxemburgo, Alemanha, Holanda, Malta, Roménia, Hungria e Portugal. As conclusões da conferência serão apresentadas no domingo, pelas 9h30."
Notícia : www.netmadeira.com

Pedalar pela solidariedade

"Quatro portugueses vão participar na Global Biking Initiative. É uma viagem que se cumpre todos os anos com o objetivo de angariar dinheiro para instituições de solidariedade. Desta vez os apoio vai para a Associação "Crescer Ser".


Notícia : www.rtp.pt